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Cientistas alertam para avanço da desertificação em evento prévio da ICID+18

5 de agosto de 2009 - 00:00

Debate sobre influências do Clima e das ações do homem sobre o solo aconteceu no Centro de Convenções, no dia 4

 

“É hora de alertar o País e o Mundo para o avanço da desertificação no Semiárido Nordestino. O problema é reversível e a partir da educação dos agricultores sobre o uso responsável do meio ambiente poderemos reverter o processo de degradação”, com essa afirmação, o engenheiro agrônomo Francisco Roberto Bezerra Leite, da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), abriu os trabalhos da mesa redonda “Solo de Áreas Degradadas e Susceptíveis à Desertificação, Vulnerabilidades ao Clima e às Ações Antrópicas”, que aconteceu no último dia 4, no Centro de Convenções Edson Queiroz, em Fortaleza, durante o XXXII Congresso Brasileiro de Ciências do Solo.

 

A mesa redonda foi uma preparação para a segunda Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (ICID+18), que acontece na Capital cearense, em agosto de 2010. “O principal objetivo era a divulgação da ICID+18. Queremos assegurar a participação de líderes em pesquisa nas áreas de clima, recursos hídricos e desertificação na conferência”, explicou Eduardo Sávio Martins, presidente da Funceme.

 

De acordo com Antônio Rocha Magalhães, do Centro Gestor de Estudos Estratégicos do Ministério da Ciência e Tecnologia (CGEE) e da Agência Nacional de Águas (ANA), assim como aconteceu em 1992, quando o Rio de Janeiro sediou a primeira Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente (Rio 92), o Governo cearense toma a iniciativa de realizar uma conferência prévia para voltar as atenções dos pesquisadores para os problemas do Semiárido, a ICID+18.

 

A Conferência realizada em Fortaleza abordará os temas “Clima: Variabilidade e Mudanças Climáticas nas regiões semiáridas”, “Vulnerabilidade e Impactos das Variações Climáticas” e “Processos de Políticas Públicas para Adaptação a Mudanças Climáticas e para o Desenvolvimento Sustentável de Regiões Semiáridas”. A expectativa é de que pelo menos 2000 participantes, de mais de 50 países participem do evento. A iniciativa é do Governo do Estado do Ceará e Ministério do Meio Ambiente, organizada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), Coordenação de Combate à Desertificação do Departamento de Desenvolvimento Rural Sustentável, Ministério do Meio Ambiente e  CGEE.

 

Alerta

 

As mudanças climáticas também serão discutidas na ICID+18, pois têm influência direta, assim com as ações do homem, na aceleração do processo de desertificação. “O aquecimento global deverá agravar a situação”, alerta o físico Alexandre Araújo Costa, da Universidade Estadual do Ceará (Uece), com pesquisas nas áreas de Meteorologia e Oceanografia. Segundo ele, no Ceará, em regiões como Vale do Jaguaribe, Sertão dos Inhamuns e no Norte do Estado, há cerca de 15.000km² de solo sofrendo processo de desertificação, que correspondem a quase 10% do território cearense. A solução apontada é o investimento na recuperação da densidade vegetativa, através de programas de reflorestamento, e a educação ambiental do homem do campo.