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Workshop abordou adaptação às mudanças climáticas no Brasil e na Europa

16 de outubro de 2014 - 15:04

Presidente da Funceme falou dos desafios e oportunidades do Nordeste brasileiro

Com objetivo de compartilhar experiências e conhecimentos sobre estratégias e melhores práticas adotadas – ou a serem desenvolvidas – no Brasil e na Europa em relação à gestão da água na adaptação das alterações climáticas, foi realizado, em Ispra (Itália), nos dias 15 e 16 de setembro de 2014, o Workshop Científico sobre “Gestão Adaptativa da Água frente às Mudanças Climáticas”.

O evento aconteceu na sede do Centro Comum de Pesquisa da Comissão Europeia (JRC-EC, sigla em inglês) e compôs agenda da Missão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) à Europa, no âmbito do “Programa Diálogos Setoriais Brasil – União Europeia”.

O Ceará, área afetada pelas mudanças no clima, esteve representado no evento. Eduardo Sávio Martins, presidente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), palestrou no primeiro dia do Workshop falando sobre o “Impacto das alterações climáticas sobre os recursos hídricos: desafios de adaptação e oportunidades no Nordeste do Brasil”. No último dia, Martins presidiu as discussões sobre recomendações e ações futuras.

Lições aprendidas e ações futuras

Após as discussões, as instituições participantes do Workshop se comprometeram a promover e apoiar uma série de medidas como:
– O uso de abordagens integradas em estudos de adaptação, incluindo Água, Agricultura, Meio Ambiente e outros setores. Ao mesmo tempo, enquanto a rede de investigação está sendo formada, continuará o financiamento de projetos de adaptação, incluindo menos setores.
– A pesquisa sobre os serviços dos ecossistemas de água:
> Avaliação de serviços ecossistêmicos hidrológicos em escala local e global (diretrizes para tais abordagens);
> Caudais ecológicos;
> Gestão ambiental dos lagos.
– Investigação e inovação para lidar com a escassez de água por:
> Tecnologia hídrica;
> Redução de perdas de água nos sistemas de distribuição de água urbanas e rurais;
> Reutilização – o desafio de reuso de água no Brasil: da fase piloto para enfrentar o desafio.
– Pesquisa sobre serviços hidrológicos urbanos num contexto de futuro mais sustentável de água / de baixo carbono
– Desenvolvimento de ferramentas de decisão sobre as medidas de adaptação a serem implementadas em região específica

Justificativa

As mudanças no clima, o crescimento da população e do uso da terra afetam a segurança da água em todos os países e continentes. Aumento dos riscos de saúde pública, as restrições sobre o desenvolvimento sócio-econômico e as consequências prejudiciais para o meio ambiente são as principais consequências dessas mudanças. A Conferência Rio +20 identificou a água como um desafio para as próximas décadas e os governos foram solicitados a tomar medidas para garantir um futuro sustentável da água comum.

Neste cenário, as políticas públicas desempenham um papel importante no sentido de melhorar a nossa capacidade de se adaptar às mudanças, e assim, aumentar nossa capacidade de resistência. Enfrentar os desafios da água requer soluções integradas que vão além de compartimentos setoriais e correspondam às exigências de água de diferentes usuários em uma região. Diferentes abordagens vêm sendo adotadas em todo o mundo: quais sejam investimentos em infraestrutura, reformas institucionais, medidas ecológicas e desenvolvimento tecnológico e inovação na gestão da água.

Essas medidas afetam tanto a oferta como a procura do uso da água, contendo vantagens e desvantagens que devem ser cuidadosamente previstas e discutidas. As experiências acumuladas até agora podem ser compartilhadas para fornecer diretrizes para as ações de outros países, por apresentarem maneiras práticas e eficazes de garantir a sustentabilidade da oferta de água em qualidade e quantidade, e proporcionarem a redução da vulnerabilidade e danos.

Dessa maneira, Brasil e União Europeia participam do Programa de Diálogos Setoriais, uma nova dinâmica de cooperação baseada na reciprocidade e complementariedade, visando o intercâmbio de conhecimentos técnicos científicos entre os parceiros. O objetivo é contribuir para o progresso e o aprofundamento da parceria estratégica e das relações bilaterais.

Fontes: JRC-EC e Funceme
19 de Setembro de 2014