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Podzólicos Vermelho-Amarelo Eutrófico

20 de fevereiro de 2014 - 19:15

Esta classe compreende solos com horizonte B textural, não hidromórficos e com argila de atividade baixa. Diferem da classe Podzólico Vermelho – Amarelo, essencialmente, por apresentar, além de média a alta saturação de bases (V%), baixa saturação com alumínio, menor acidez, bem como conteúdo mineralógico que encerra, comumente, quantidade significativa de minerais primários facilmente decomponíveis, os quais constituem fontes de nutrientes para as plantas.

São, por conseguinte, solos de média a alta fertilidade natural.Apresentam sequência de horizontes A, Bt e C, com profundidade do A + Bt2 , na maioria dos perfís, superior a 150cm, exceto nos solos rasos.

 

No Estado do Ceará, apresentam perfís bem diferenciados, comumente profundos (poucas vezes rasos), textura, normalmente, arenosa ou média, no horizonte A e argilosa ou média no B, freqüentemente cascalhenta ou com cascalho.

Os tipos de horizonte A que ocorrem nestes solos são chernozêmico, moderado e fraco. A coloração , quando úmida, varia de bruno-escuro a cinzento-escuro, estrutura, normalmente, granular, moderada a fracamente desenvolvida, de consistência ligeiramente duro a duro, quando seco e friável, quando úmido. Transita, normalmente, de maneira plana ou ondulada e clara ou gradual, para o Bt.

O horizonte B apresenta coloração, normalmente, variando do vermelho-amarelado ao vermelho, estrutura, geralmente, em blocos subangulares, moderada a fracamente desenvolvida, consistência ligeiramente duro a duro, quando seco e friável, quando úmido; geralmente apresenta cerosidade que varia de fraca a forte e de pouca a abundanteOcupam o percentual mais elevado da área total do Estado, estando distribuídos por todas as zonas.

São moderadamente ou bem drenados, excetuando-se os solos rasos ou com plinthite, que apresentam drenagem moderada/imperfeita. São moderadamente ácidos a ácidos, raramente neutros, ou mesmo alcalinos, como nota-se em alguns perfís de solos rasos.

O material originário é constituído, pre-dominantemente, de saprolito de gnaisses e migmatitos do Pré-Cambriano Indiviso, de granitos e anortositos (Plutônicas Ácidas) e de micaxistos do Pré-Cambriano (A), entre outras rochas menos freqüentes.

Muitas vezes este material é influenciado por cobertura de material retrabalhado. Os solos da zona do Litoral são, geralmente, oriundos de um recobrimento pouco espesso de materiais areno-argilosos ou argilo-arenosos, possivelmente do Terciário sobre o Pré-Cambriano.

O relevo varia de plano a montanhoso e quanto ao clima, todos os tipos climáticos da classificação de Köppen e da de Gaussen, que ocorrem no Estado, são encontrados nas áreas destes solos. As precipitações médias anuais predominantes vão de 600 a 850mm, ocorrendo nas áreas de serras e no litoral, precipitações de, até, 1.300mm ou mais.A vegetação é bastante diversificada, encontrando-se as caatingas hipo e hiperxerófilas, as florestas subperenifólia, subcaducifólia, caducifólia e a transição floresta/caatinga, com um certo predomínio das caatingas hipo e hiperxerófilas.

 

Nas áreas menos secas e úmidas, notadamente nas zonas do Litoral, Baturité e Ibiapaba, predominam os demais tipos de vegetação.São, de modo geral, solos com elevado potencial agrícola, apresentando, entretanto, em determinadas áreas, problemas de relevo, principalmente onde as precipitações pluviométricas são mais elevadas (serras). Em grande parte das áreas onde o relevo permite a mecanização, as precipitações são mais baixas e os períodos de seca muito prolongados.

Em algumas dessas áreas estes solos apresentam, também, limitações à mecanização, pela pedregosidade existente na superfície e, mesmo, dentro do horizonte A. Possuem média e alta fertilidade natural, prestando-se para culturas de ciclo ou adaptadas às condições de pouca umidade.