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Brunos Não Cálcicos

20 de fevereiro de 2014 - 19:17

 Esta classe compreende solos com horizonte B textural, não hidromórficos e com argila de atividade alta. São de alta fertilidade natural, com alta saturação e soma de bases, reação moderadamente ácida a, praticamente, neutra, ou mesmo moderadamente alcalina, bem como conteúdo mineralógico que encerra quantidade significativa de minerais primários facilmente decomponíveis, os quais constituem fontes de nutrientes para as plantas.

São solos moderadamente profundos a rasos, tendo, de modo geral, sequência de horizontes A, Bt e C, com espessura do A + Bt , entre 30 e 90cm, textura arenosa ou média, no horizonte A e média ou argilosa, no Bt , mudança textural abrupta do A para o Bt (transições planas e abruptas ou claras), relação textural de 1,5 a 4,0 e, freqüentemente, apresentado descontinuidade quanto à natureza do seu material originário, entre os horizontes superficiais e subsuperficiais.

 

O horizonte A é fraco, coloração mais freqüente (úmido) que varia de bruno-acinzentado escuro a cinzento-avermelhado escuro; estrutura maciça ou fraca a moderada, pequena a média, granular, de consistência duro a extremamente duro (seco) e muito friável a firme, quando úmido.

O horizote Bt destes solos é bastante característico. Possui coloração mais freqüente (úmido) de vermelho-escuro a vermelho-amarelado, estrutura moderada a forte, média a grande, prismática, composta de moderada a forte, média a agrande, blocos angulares ou subangulares, de consistência extremamente duro a duro (seco) e firme a muito friável, quando úmido. Quando vértico, possui, sempre, estrutura prismática e consistência extremamente duro (seco),É muito comum nas áreas destes solos, a presença de pedregosidade superficial, constituída por calhaus e, por vezes, matacões, de quartzo, caracterizando um pavimento desértico.

A erosão laminar muitas vezes chega a ser severa ou em sulcos repetidos ocasionalmente ou com frequência, principalmente quando vérticos. Cobrem grandes extensões do Estado, abrangendo, parcialmente, as zonas fisiográficas do sertão Centro-Norte, sertão Central e sertão do Sudoeste, ocorrendo, em menores proporções, nas outras zonas, excetuando-se as do Litoral, Ibiapaba e sertão do Baixo Jaguaribe.

O material originário é constituído, principalmente, por saprolito de micaxisto (Pré-Cambriano A) e gnaisses escuros ((Pré-Cambriano Indiviso); em pequenas áreas, associam-se a materiais da Formação Açu.O relevo varia de plano a forte ondulado, com predomínio dos relevos suave ondulado e ondulado.

O clima está representado pelos tipos BSw’h’ e Aw’ (Köppen) e pelos bioclimas 4aTh e 4bTh e, mais raramente, 4cTh de Gaussen; as precipitações pluviométricas médias anuais vão de menos de500mm até cerca de 850mm ou mais (região de Baturité).

 

A vegetação dominante está representada pelas caatingas hiper e hipoxerófila. São solos dos mais importantes encontrados no Estado, abrangendo, total ou parcialmente, vários municípios sertanejos.

Não obstante constituírem solos de alta fertilidade natural e com bastante reserva mineral, apresentam forte limitação ao uso agrícola, pela falta d’água, além de serem muito susceptíveis à erosão, mostrando, freqüentemente, pedregosidade superficial e, muitas vezes, dentro da massa do solo, dificultando, em muito, a mecanização.

Outrossim, destaque-se a ocorrência e teores bastante significativos de sódio em profundidade, principalmente, nos Brunos vérticos, quando da utilização com irrigação.