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Litólicos eutróficos e distróficos

20 de fevereiro de 2014 - 19:26

Compreende solos pouco desenvolvidos, rasos a mito rasos, possuindo, apenas, um horizonte A assente, diretamente, sobre a rocha (R), ou sobre materiais desta rocha em grau mais adiantado de intemperização, constituindo um horizonte C, com muitos materias primários e blocos de rocha semi-intemperizados, de diversos tamanhos, sobre a rocha subjacente, muito pouco intemperizada ou compacta (R).

Nestes solos pode-se, constatar, pois, seqüência de horizontes A-C-R ou A-R e, por vezes, o início da formação de um horizonte (B) incipiente.Estes solos podem ser eutróficos ou distróficos, quase sempre apresentando bastante pedregosidade e rochosidade na superfície.

O horizonte A apresenta-se, comumente, fraco ou moderado, com pequena ocorrência de A chernozêmico e a textura pode ser arenosa, média, siltosa ou argilosa, com cascalho ou cascalhenta, ou, mesmo, muito cascalhenta. A espessura varia de 15 a 40cm, de coloração diversa, sendo que os tipos moderado e chernozêmico são, naturalmente, melhor estruturados, apresentado estrutura granular e/ou em blocos subangulares, variando de forte a fraca, enquanto o A fraco possui estrutura fraca a muito fraca, granular e/ou em blocos subangulares ou maciça pouco coesa ou, ainda, em grãos simples. Segue-se ao horizonte A a rocha (R) muito pouco intemperizada ou um horizonte C com muitos materiais primários sobre a rocha subjacente.

 

Possuem drenagem variando de moderada a acentuada e são, comumente, bastante susceptíveis à erosão, em decorrência de sua reduzida espessura.Os de caráter eutrófico possuem, no horizonte A ou AC, reação moderadamente ácida a praticamente neutra (pH 5,4 – 7,2), soma de bases trocáveis (S) entre 2,4 a 27,1mE, saturação de bases (V) de 63 a 100% e com alumínio trocável, por vezes, ausente. Nos distróficos, a reação é fortemente a moderadamente ácida (pH 4,4 a 6,2), soma de bases trocáveis (S) de 0,5 a 2,7mE, saturação de bases (V) de 10 a 47% e alumínio trocável, normalmente, alto.

 

Alguns solos eutróficos derivados de filitos têm perfís que apresentam reação fortemente ácida, valor V em torno de 50% e alumínio trocável alto. Ocorrem, dispersamente, distribuídos em todo o Estado, figurando em todas as zonas fisiográficas.

 

O material originário, em grande parte, corresponde ao saprolito de gnaisses, migmatitos e de granitos, ocorrendo, também, solos derivados de quartzito, arenito, filito e xisto, bem como áreas menores, onde são derivados de siltito, argilito, calrário, filonito, folhelho, ardósia e diorito, pertencentes a diversos períodos geológicos.

O relevo varia desde plano a montanhoso e o clima, também abrangendo diversos tipos, está mais fortemente associado aos tipos BSw’h’ e Aw,’ de Köppen e aos biotipos 4aTh e 4bTh, de Gaussen, com precipitações pluviométricas médias anuais de pouco menos de 500mm, até cerca de1.300mm, sendo mais freqüentes entre 500 e 850mm, relacionados às formações de caatinga hiper e hipoxerófila.

 

São solos de baixo potencial para uso agrícola, apresentando, porém, problemas relacionados com suas condições físicas, fortemente associados ao conteúdo de argila 2:1.

 

Estas condicionam um comportamento extremo a estes solos, em relação aos períodos de chuva e de seca: quando na estiagem, ressecam-se e fendilham-se, tornando-se extremamente duros, enquanto que, quando úmidos, tornam-se encharcados, muito plásticos e muito pegajosos, dificultando o manejo e uso de máquinas agrícolas.

Acrescente-se a elevada susceptibilidade á erosão, principalmente, nas áreas de relevo mais movimentado, limitação por falta d’água e risco de salinização.