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Com pioneirismo do Ceará, Plano de Gestão Proativo de Secas é lançado em Quixeramobim

7 de dezembro de 2022 - 09:21 # #

Encontro de construção do Plano de Seca do Hidrossistema Patu com a comissão gestora do reservatório (FOTO: Cogerh)

Encontro de construção do Plano de Seca do Hidrossistema Patu com a comissão gestora do reservatório (FOTO: Cogerh)

Com base em um planejamento estadual de secas pioneiro no Brasil, o Programa Cientista Chefe de Recursos Hídricos, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), a Fundação Cearense de Meteorologia e Recuros Hídricos (Funceme) e o Comitê da Sub-Bacia Hidrográfica do Rio Banabuiú lançam, nesta quarta-feira (7), o Plano de Gestão Proativo de Seca do Sistema Hídrico Patu, no sertão central do Ceará.

O objetivo é colocar em prática ações que mitiguem o impacto das secas e aumentem a segurança hídrica em determinadas regiões do Estado. O lançamento ocorreu no Auditório da EEEP Dr. José Alves da Silveira, em Quixeramobim.

Diferentemente de outros planos técnicos, pensados a longo prazo, o Plano de Seca do Patu e os demais a serem construídos no Ceará tem como característica central a tônica operacional e a abordagem proativa a curto prazo, conforme explicou a engenheira ambiental e pesquisadora do Projeto Cientista Chefe, Gabriela Reis. “O Plano de Seca estipula as ações que devemos ter diante de uma seca e considera a estrutura existente, contando com as demandas e ofertas que temos hoje”.

“Dentro de cada região hidrográfica nós temos o objetivo de fazer um plano para alguns hidrossistemas, considerando toda sua rede de uso, então por conta dessa metodologia, podemos dizer que é um projeto inovador no Brasil”, destacou Gabriela. O projeto tem coordenação geral do Professor Assis de Souza Filho, da Universidade Federal do Ceará.

Instituições centrais dos processos de decisão e alocação de água do estado também estão envolvidos no planejamento dos Planos de Secas. É o caso dos Comitês de Bacia Hidrográfica – no caso das Regiões Hidrográficas – e das Comissões Gestoras de Sistemas Hídricos, para os hidrossistemas, ambos atuando com apoio técnico da Cogerh. “A contribuição dessas entidades locais, neste caso, a comissão gestora do Patu, foi fator central para o entendimento do contexto local e, consequentemente, o sucesso na construção do plano”, explicou Elano Joca, diretor de Planejamento da Cogerh.

Legado da Seca

O sucesso na construção do Plano veio da experiência recente de seca na região. “A missão dos pesquisadores e da Cogerh é ouvir a população local e sistematizar ações estruturantes e políticas públicas emergenciais que deram certo na mitigação da seca para que sejam utilizadas organizadamente na próxima estiagem”, destacou Joca.

Segundo o secretário dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, o plano vai “auxiliar na definição de várias ações que já são tomadas atualmente, como a alocação de água, além de facilitar para que novas ações possam ser tomadas de acordo com a necessidade de cada região”.

O projeto é financiado pela Cogerh, pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico (Funcap) e Governo do Estado do Ceará.

Reservatório Patu

A seca no hidrossistema do Patu se agravou em 2016, quando o açude chegou a 0.5% da capacidade total. O pesquisador da Funceme e um dos colaboradores do projeto, Daniel Cid, explicou a importância da participação local na construção do plano. “Em todas as etapas desse processo existe a colaboração do poder público em todas as suas esferas e da população local, então a gente consegue unir esses diversos atores em busca de uma solução da seca da região”, concluiu.

Além do Plano de Secas do Hidrossistema Patu, já finalizado, o grupo dá andamento ao Plano de Secas do Sistema Fogareiro-Quixeramobim, também na região central do Estado.