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Funceme atuará em Sistema de Alerta Precoce de Secas e Desertificação

5 de janeiro de 2011 - 14:29

Ferramenta preventiva do Ministério do Meio Ambiente deve ser colocada em operação ainda em 2011

 

O Ministério do Meio Ambiente, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), pretende colocar em operação, a partir de 2011, o Sistema de Alerta Precoce de Secas e Desertificação (SAP). Além de gerar informações imprescindíveis para a orientação das políticas públicas de mitigação e adaptação, o sistema está sendo pensado para atuar também no enfrentamento de fenômenos climáticos extremos, como enchentes.

 

Em dezembro último, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) participou de reunião em Brasília com representantes de órgãos como ANA, DNOCS, MMA, MCT, EMBRAPA, SUDENE, INPE, IICA, INMET, INSA, ASA, visando contribuir com informações sobre meio ambiente geradas para o Estado do Ceará para compor o SAP.  “O objetivo é gerar um sistema capaz de prever períodos de seca no semiárido brasileiro e desenhar cenários atuais de vulnerabilidade resultantes do uso da terra – com ênfase nas questões de desertificação, e cenários futuros em decorrência das mudanças climáticas”, explica Margareth Carvalho, gerente do Departamento de Recursos Ambientais da Funceme.

Previsões pouco otimistas indicam que os fenômenos da seca e desertificação devem avançar, no mundo inteiro, devido à elevação de 2°C na temperatura do planeta, estimada pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). No Brasil, a Caatinga e o Cerrado, áreas mais suscetíveis aos fenômenos dessa natureza, serão os biomas mais atingidos. O agravamento da situação pode afetar até 20 milhões de pessoas.

 

“Até meados do ano que vem esperamos ter pronta a metodologia do sistema” , informou o coordenador de Combate à Desertificação do MMA, Marcos Dal Fabbro. A ideia é criar um instrumento que possa avançar na produção de conhecimentos sobre os diversos aspectos da desertificação no País. O sistema será capaz de orientar ações de enfrentamento da seca e desertificação, a exemplo do que acontece hoje com o Plano de Prevenção e Combate ao Desmatamento da Amazônia (PPCDAm), na redução do desmatamento.

Para o secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Egon Krakhecke, o sistema faz parte de um conjunto de medidas que precisam ser adotadas para fortalecer a agenda de enfrentamento da desertificação. Ele lembrou, ainda, que desde a Rio-92, quando foram definidas as agendas ambientais, a que menos avançou foi a da desertificação. “É preciso dar maior visibilidade ao problema”, disse.

Prevenção

 

Segundo Krakhecke, é preciso adotar medidas preventivas para o enfrentamento dos efeitos da desertificação. Temos que ser mais proativos que reativos, salientou. Experiências de monitoramento, como o PPCerrado e o PPCaatinga, já em fase de conclusão, devem ser consideradas para a formatação do SAP.

Ele defendeu o papel do estado na formulação de políticas mais consistentes para o enfrentamento da desertificação, das secas e dos fenômenos climáticos extremos. Para ele, o poder público precisa estimular e incentivar a mudança no modelo produtivo e promover instrumentos como zoneamento ecológico econômico (ZEE). É necessário, também, integrar as políticas de combate à desertificação às políticas de mudanças climáticas e recursos hídricos.