PortugueseEnglishFrenchSpanish
PortugueseEnglishFrenchSpanish

Funceme participa de Conferência em Brasília sobre recuperação de áreas degradadas

28 de novembro de 2018 - 13:12 # # # #

 Margareth Benício, Heitor Matallo (chefe do gabinete do MMA), ministro Edson Duarte e Manuel Freitas na Conferência (FOTO: Reprodução)

Margareth Benício, Heitor Matallo (chefe do gabinete do MMA), ministro Edson Duarte e Manuel Freitas na Conferência (FOTO: Reprodução)

Pesquisadores da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) participaram, nos dias 26 e 27 de novembro, da Conferência de Neutralidade da Degradação da Terra: Estratégias, Resultados e Perspectiva, realizada em Brasília.

Promovido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD), o evento teve por objetivo incentivar o desenvolvimento rural sustentável e a adaptação de atividades agrícolas à mudança do clima no semiárido brasileiro por meio da estratégia de Unidades de Recuperação de Áreas Degradadas e Redução da Vulnerabilidade Climática (Urad).

Atualmente, somente os estados de Sergipe, Piauí e do Maranhão possuem a experiência, porém, o Ceará, com o apoio da Funceme, deverá, em 2019, ter sua primeira Urad. “A Conferência foi de extrema importância para as discussões relativas à questão ambiental, principalmente sobre a recuperação de áreas degradadas. Esperamos que, até o próximo ano, o Estado inicie a instalação de sua primeira Urad, pois o projeto já foi apresentado ao Governo Federal”, comenta a supervisora do Núcleo de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, Margareth Benício.

Conforme o projeto inicial do órgão estadual, a 1ª Unidade de Recuperação terá cerca de 10 hectares (100.000 m²) e será instalada no município de Jaguaretama. O processo aguarda licitação. “Após as primeiras instalações, nós (técnico da Funceme) seremos responsáveis pela seleção dos locais assistidos e pelo acompanhamento de todo o processo envolvendo as Unidades de Recuperação de Área Degradadas”, complementa Benício.

Com expertise da área de solos, a Funceme ainda vai contribuir com a validação do processo de geração de dados relativos ao estoque de carbono no solo a partir de imagens de satélite, disponibilizando informações coletadas em campo relativas ao levantamento de solos que a Funceme encontra-se realizando. Estes dados serão disponibilizados através de uma plataforma que encontra-se sendo desenvolvida para os sistemas IOS e Android intitulada de MapBiomas Árida.

“A ferramenta, que irá utilizar um banco de dados de imagens dos satélites LANDSAT e Sentinel 2 dos últimos 30 anos, além de diversos mapas temáticos, irá identificar áreas em processo de degradação que podem receber as Urads. Ela está em processo de formatação e vai contar com informações de todo o Semiárido brasileiro. Ela tem como referência o projeto MapBiomas, plataforma que disponibiliza via WEB um mapeamento anual da cobertura e uso do solo de todo o território brasileiro referente ao período de 1985 a 2017 “, explica o pesquisador da Funceme Manuel Rodrigues de Freitas Filho, que também esteve presente na Conferência em Brasília.

Até o momento, o Ceará, por meio da Funceme, foi o único estado a enviar informações detalhadas sobre os solos para compor o MapBiomas Árida. Além das particularidades do território cearense, o detalhamento mostra os níveis de carbono orgânico no solo, que é essencial para o plantio de culturas.

As áreas escolhidas para implementação das Urads seguem parâmetros que vão além das questões ambientais. Conforme Rodrigues,, o Governo Federal leva em conta questões sociais. “No processo de recuperação de uma área degradada, é muito importante pensar também na convivência da população local com aquele território. Com a instalação de uma Urad, os moradores dos assentamentos escolhidos também têm acesso a fogões ecológicos – que usam menos lenha – e banheiros”, explica o técnico da Fundação.

Com a instalação da experiência, os moradores também passam a ser responsáveis pela preservação do local. Eles recebem instrução técnica e, após nove meses, os primeiros resultados são avaliados pelas instituições responsáveis pelo processo.