Ceará chega a cerca de 90% do seu território com seca relativa, aponta Monitor
19 de agosto de 2025 - 10:55 #ceará #monitor de secas
O mapa mais recente do Monitor de Secas mostra que, em julho, 88,7% do território cearense registrou algum grau de seca. Trata-se do cenário mais crítico desde janeiro de 2024, quando praticamente todo o estado estava comprometido.
No mês passado, a variação foi de aproximadamente 13%, com destaque para o avanço da seca fraca, caracterizada por redução no plantio, déficits hídricos mais prolongados e pastagens ou lavouras que ainda não se restabeleceram completamente.
Já a seca moderada, um estágio mais severo, passou de 33,89% para 35,12% entre junho e julho. Essa categoria está concentrada no oeste do estado, abrangendo áreas da Ibiapaba, Sertão Central e Inhamuns, além de trechos da região Jaguaribana.
Os 11,31% livres de seca relativa se localizam em uma faixa litorânea, principalmente entre Fortaleza e Pecém, e em um núcleo ao sul do Ceará.
No estado, a intensificação da seca está associada, sobretudo, à redução das precipitações após o encerramento da quadra chuvosa, em maio.
Sobre o Monitor de Secas
O Monitor de Secas é um instrumento de acompanhamento contínuo da estiagem no Brasil. Seus resultados são divulgados mensalmente em um mapa que indica a intensidade e extensão da seca em cada unidade da federação. A iniciativa é coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com apoio de instituições estaduais parceiras. No Ceará, a Funceme é a responsável pela operacionalização e análise local.
O monitoramento funciona como subsídio estratégico para decisões em áreas como agricultura, gestão de recursos hídricos e formulação de políticas públicas, especialmente em regiões historicamente vulneráveis à variabilidade climática, como o semiárido nordestino.